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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Renúncia

Sidarta Gautama, aceitando as fortes recomendações de seu pai, o rei Sudodana, casou-se com a princesa Yasodhara, constituiu uma família e seu filho Rahula já havia nascido. Porém, aos 29 anos de idade, Sidarta decidiu renunciar a tudo e seguir o modo de vida de um asceta. Buda Shakyamuni, na velhice, se referiu a esse tempo da seguinte forma:

Apesar da velhice, doença e morte serem inerentes 
e inevitáveis aos seres humanos, na vida real, esses 
mesmos seres humanos enfrentam essas realidades 
da vida com susto e aversão. Eu mesmo sendo 
portador da mesma condição inevitável do processo 
de envelhecimento, adoecimento e morte, deveria 
me assustar, sentir pena e aversão por aqueles que 
sofrem pela velhice, doença e morte? Não, essa 
jamais seria a atitude correta. Quando analiso a 
minha própria existência, o orgulho a respeito da 
minha juventude, saúde e o que resta sobre a minha 
existência desaparece completamente.
( Anguttara Nikaya )


O que Sidarta tentava encontrar era um caminho para superar o sentimento de “vazio” no seu coração oculto na vida de luxo e prazer. Essa busca acontecia ao mesmo tempo com o desejo de abrir um caminho de realização para todos os homens.

De acordo com a literatura budista, Sidarta dirigiu as seguintes palavras para o pai, o rei Sudodana, a sua madrasta, Maha Pajapati, e sua esposa, Yasodhara:

Ó meu pai, por mais que você me proporcione uma 
vida de abundância, o que procuro não encontro 
nessa vida profana. Por mais amor que possa haver, 
o ser humano, uma vez que nasce, não conseguirá 
escapar do envelhecimento, doença e morte. 
A decisão que tomo agora, de renúncia à vida 
profana, visa uma resposta em benefício de toda a 
humanidade. Por favor, peço a sua compreensão.

Ó minha madrasta, a origem de todos os 
sofrimentos do mundo está nos desejos humanos. 
Renuncio agora porque aspiro a extinção desses 
desejos. Peço que não guarde sentimentos de 
angústia.

Ó minha esposa, o ser humano, uma vez nascido, 
algum dia terá que se despedir de todos aqueles que 
ama. Eu renuncio agora porque quero encontrar 
uma resposta sobre como deveriamos seguir 
vivendo nessa condição. Peço que não se entristeça.


A decisão de renúncia de Sidarta é narrada da seguinte forma:

Renuncio ao mundo não para satisfazer os desejos. 
Vejo aflições presentes nesse mundo dos desejos 
e verifico que somente com o abandono da vida 
profana pela realização de paixões haverá paz em 
meu coração. Por isso estou partindo porque minha 
verdadeira alegria está nessa busca.
( Sutta Nipata )

Portanto, a renúncia significa o abandono de tudo o que se relaciona ao mundo dos desejos e a busca pela verdadeira tranquilidade e completa satisfação interior encarando as verdades do envelhecimento, doença e morte.

Fonte: Bom Amigo - Agosto 2014 - Associação Religiosa Nambei Honganji Brasil Betsuin

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