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terça-feira, 27 de outubro de 2015

Sutra do Lótus - Resumo capítulo por capítulo - Cap 06 e 07


Capítulo 6 – As Predições

Buda preanuncia que um de seus Bhikshus, Kashyapa, será um Tathagata chamado Rashmiprabhasa (que significa Resplendor do raio de Luz), que em um Período Cósmico denominado Mahavyuha (de grande magnificência), possuirá um Mundo de Buda, angariando milhões de Bodhisattvas e Shravakas, que uma vez inspirados pela conduta moral e sábia, não darão mais ouvidos à Mara e se aplicarão no conhecimento da Verdadeira Doutrina e na disciplina.
Ao ouvirem estas palavras, Mahamaudgalyayana, Subhuti e Mahakatyayana entendendo estarem ainda nos Veículos Inferiores, pedem ao Bhagavant que lhes preanuncie também a condição de Buda. Em seguida, Buda então diz que Subhuti será um Tathagata chamado Shashiketu,  Mahakatyayana será o Tathagata Jambunadaprabhasa e Mahamaudgalyayana será conhecido como Tamalapatrachandanagandha. O Bem Encaminhado ainda complementa que todos eles serão possuidores das virtudes Arya, realizarão a Vida Religiosa e suscitarão inúmeros Bodhisattvas.
Este capítulo, em suma, demonstra que há ainda algo mais sublime do que os Veículos Inferiores, ou seja, o Sutra do Lótus está a pregar sobre um “objetivo” além da “Cessação do Sofrimento” (meta última do Budismo Hinayana).

Capítulo 7 – Uma Existência Anterior de Shakyamuni e de Outros

Parte 1 – Tathagata Mahabhijnajnanabhibhu e seu rebento

Shakyamuni conta a história de um Tathagata que existiu há muito tempo (milhões de períodos Cósmicos), chamado Mahabhijnajnanabhibhu (Soberano do Conhecimento e dos Grandes Poderes), dotado de sabedoria, compaixão, conduta moral e possuidor de muitos outros atributos dos Budas. Este Mestre, quando ainda não tivera alcançado a Perfeição, ficou por muito tempo meditando, extremamente concentrado em luta com seus demônios, debaixo de uma árvore. A cada vitória sobre Mara, músicas celestiais eram tocadas e chuva de flores caíam. Quando Mahabhijnajnanabhibhu, enfim, atingiu a Iluminação, recebeu elogios de seus dezesseis filhos, que deixando de lado seus brinquedos, desejaram ouvir o Dharma para benefício próprio e também dos demais. Uma vez nirvanizado, sob homenagem e oferendas contínuas de carruagens por parte dos deuses Mahabrahmas, este Tathagata produzira um forte esplendor, um intenso brilho capaz de influenciar e beneficiar a vida de muitos outros seres.
Maravilhados com o prodígio, os deuses Mahabrahmas de todas as direções, diante desse Tathagata, também pediam pelo ensino do Dharma, para benefício próprio e também dos demais. Mahabhijnajnanabhibhu, então, ensina sobre as Quatro Nobres Verdade e o Surgimento Condicionado, enfatizando a vida como um período permeado de dor e ensinando sobre a origem e a cessação desta dor. Terminada a pregação, milhões de seres se liberam de suas impurezas e conseguem grandes sucessos espirituais, inclusive os dezesseis filhos deste Buda, que ao abdicarem da vida comum em prol da carreira religiosa, darão continuidade à tradição do Sutra do Lótus (pregação do Veículo Único).
O Tathagata, satisfeito com o destino de seus filhos, também lhes anuncia a Iluminação, alterando seus nomes, a saber:
[1] Akshobhya (Imperturbável), [2] Merukuta (Cimo do Monte Meru), [3] Simhaghosha (Rugido de Leão), [4] Simhadhvaja (O que tem um Leão em seu Estandarte), [5] Akashapratishthita (Localizado no Espaço), [6] Nityaparinirvrita (Extinto para Sempre), [7] Indradhvaja (O que tem Indra em seu Estandarte), [8] Brahmadhvaja (O que tem Brahma em seu Estandarte), [9] Amitayus (Vida Infinita), [10] Sarvalokadhatupadravodvegapratyuttirna (O que Enfrentou as Calamidades e Angústias de todos os Universos), [11] Tamalapatrachandanagandhabhijna (Poder Extraordinário com Perfume de Sândalo da Folha de Tamala), [12] Merukalpa (Semelhante a Monte Meru), [13] Meghasvaradipa (Luz e Som da Nuvem), [14] Meghasvararaja (Rei do Som da Nuvem), [15] Sarvalokabhayacchambhitatvavidhvamsanakara (Destruidor do Temor e do Medo de todos os Seres) e [16] Shakyamuni, o Tathagata do nosso mundo de sofrimento denominado Saha.

Parte 2 – A parábola dos viajantes desalentados e da cidade mágica

Na sequência do texto, Shakyamuni conta uma parábola. Havia uma vez um grupo de viajantes que se dirigia à Ilha dos Tesouros; cansados da caminhada em meio à selva, desejavam retornar e desistir. Porém estes homens eram guiados por um grande Sábio, que vendo o sofrimento de seus súditos fez aparecer magicamente uma grande cidade no meio do caminho para o descanso dos viajantes. Estes viajantes saciaram-se nessa cidade, se admiraram e se sentiram felizes, achando já terem chego ao destino final. Contudo, o Sábio, após perceber que as pessoas estava descansadas, fez o lugar desaparecer e disse que a Cidade dos Tesouros real estava próxima.

Parte 3 – Significado da parábola anterior

A parábola se refere aos Veículos Provisórios e ao Veículo Único. O sábio simboliza o Buda que convida os seres a atravessarem a selva das impurezas e do sofrimento. Se Ele falasse do Veículo Único diretamente, os seres de débil disposição metal desistiriam da carreira Budista. Por isso, os Veículos Provisórios dos Shravakas e dos Pratyekabuddhas são apresentados primeiramente como meios hábeis; os discípulos enxergam estes ensinamentos como o Nirvana, porém são apenas degraus para ascender ao Veículo Único.


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