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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A Heresia ativista

Hoje todo mundo é ativista.
Hoje todo mundo é engajado.
Ativista de sofá, ativista de passeata, ativista de facebook, de instagram, de tweeter e de quantas outras redes sociais existam.
Ativista de partido, ativista de esquerda, ativista de direita, ativista de centro, de bicicleta, de aborto, de salário...
Marcha das vadias, marcha dos coxinhas, marcha dos sem-terra, sem-teto etc.
Pró-Dilma, Anti-Dilma, Pró-Impeachment, Anti-Impeachment...Todos têm um selo na testa.
Sinal dos tempos.

Quando não há mais vida interior, quando os ritos tradicionais desaparecem, quando a contemplação da Verdade não é mais praticada, é preciso se tornar "ativista".
Quando o tempo não é mais utilizado para estudar, meditar, contemplar, refletir e buscar a Verdade, é preciso preencher o espaço com ativismo, futebol, televisão, notícias,  escândalos, polêmicas e febre por novidades.

Num mundo sem um Princípio Superior, sem um Eixo Metafísico, é preciso matar o tempo e se sentir "útil".
Num mundo em que ninguém quer se reformar interiormente, sobram tentativas de reformar aos outros e à sociedade de maneira exógena.

Quem não consegue corrigir a si mesmo, quer corrigir aos outros.
Quem não consegue mudar a si mesmo, quer mudar a sociedade.
Quem não progride em sabedoria, quer ensinar.
Quem não administra a própria vida, quer administrar e controlar a vida do país.
Hoje, a mais radical das revoluções é a Contra-Revolução.
O mais radical ativismo é o não-ativismo.

Voltar as costas ao "futuro" e fazer de um passado já longínquo o porvir. Eis a mais radical das ações.
Permanecer de pé entre as ruínas. Buscar o PERENE em meio a um mundo em que tudo se desfaz. Tradição em meio às novidades. Imobilidade diante das mudanças que giram velozes. Moralidade radical diante de um mundo permissivo e sujo.
Fujamos da "heresia ativista" que despreza todo e qualquer Princípio Superior.

Dharmananda Mahacharya

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