RESUMO DO SUTRA DO LÓTUS
Este
trabalho consiste em resumir e interpretar o Sutra do Lótus capítulo
por capítulo de maneira objetiva, porém, buscando um satisfatório
aprofundamento nos conceitos por ele apresentados. O post de hoje é sobre o primeiro capítulo.
Capítulo
1 – Introdução
Parte
1 – Reunião da Assembleia
O
Buda Shakyamuni se reúne com discípulos, Bodhisattvas, deuses e
outros seres para a pregação do Sutra do Lótus. Essa reunião
mítica e grandiosa revela a importância da pregação do Dharma, a
ponto de reunir vários personagens importantes e ícones religiosos,
demonstrando a superioridade do Dharma em relação às demais
filosofias e religiões.
Buda,
diante dessa Assembleia, entra em profunda concentração (Samādhi),
flores caem sobre todos, e todos contemplaram o Bhagavant. Em
seguida, o Perfeitamente Iluminado emite um raio de luz, tornando
tudo claro; ato que simboliza o discernimento capaz de desvelar os
frutos kármicos daqueles que estão presos no inferno Avichi (estado
mental de apego e sofrimento) e auxiliar os seres a ver e aceitar a
realidade com clareza.
Neste
contexto, Maitreya pergunta a Manjushri a razão daquele sinal;
Manjushri responde que a intenção é expor o Dharma; ensinando a
extinção do sofrimento aos que se iludem e que estão presos ao
ciclo do samsara. A Luz emitida por Buda também demonstra a latente
Iluminação dos seres e a necessidade em comprometer-se com o Voto
de Bodhisattva: desfazendo-se de riquezas, livrando-se da escravidão
dos desejos, em prol dos demais, com uma mente alegre, autoconsciente
e soberana diante de Mara. O Voto ainda sugere a companhia dos nobres
e a continuidade da Tradição Budista.
Parte
2 - Tathagata Chandrasuryapradipa
Neste
segundo momento o Tathagata Chandrasuryapradipa é apresentado aos
expectadores, seu nome, “Resplendor do Sol e da Luz” em
português, exalta a beleza do Mahayana. Este Buda proclamava a vida
religiosa pura, ensinava as 4 Nobres Verdades, as 6 Paramitas, o
Surgimento Condicionado, a superação do nascimento, da velhice, da
doença, da morte, da dor, do lamento, do sofrimento, do desalento,
do desespero; a fim de se alcançar o Nirvana.
Os
Antecessores de Chandrasuryapradipa agiam desta mesma forma virtuosa,
assim como seus sucessores (filhos), o que demonstra a continuidade
da tradição Budista desde sempre.
Chandrasuryapradipa
também entra em Samādhi (mente imóvel) e realiza o mesmo milagre
de Shakyamuni. Acontecimento que, por sua semelhança, aponta para
uma Verdade imutável, atemporal, não dependente de homens, nem
deuses, nem de ninguém e que permeia a vida ad infinitum (Eterno
Retorno ou constante devir).
Chandrasuryapradipa,
então sai do Samādhi e prega o Sutra do Lótus (O Lótus da
Verdadeira Doutrina) ao Bodhisattva Varaprabha (Luz Maravilhosa). Os
longos períodos cósmicos que se passam enquanto estes fatos ocorrem
parecem remeter mais uma vez à ideia de constância daquelas
Verdades expostas, uma espécie de retirada histórica ou
atemporalidade.
Finalmente,
Chandrasuryapradipa anuncia sua extinção (parinirvana) ao
Bodhisattva Shrigarbha (Tesouro de Excelência) e também o anuncia
ao “posto” de Tathagata, nomeando-lhe como Vimalanetra (Olhar
Puro). Nomes que simbolizam crescimento, evolução, ascensão
espiritual e continuidade da Sangha. Chandrasuryapradipa então se
Nirvaniza e Varaprabha continua a pregar o Sutra do Lótus, levando
novas pessoas à atingir a Iluminação.
Parte
3 – Bodhisattva Yashaskama
Nessa
parte é apresentado um dos discípulos de Varaprabha, o Bodhisattva
Yashaskama (desejoso de glória), que também propagou a doutrina e
levou muitos à Iluminação. Manjushri revela, no final dessa seção,
que Varaprabha é ele mesmo e que o Bodhisattva Yashaskama é, nada
mais, nada menos do que Maitreya. Assim, toda a narrativa de
Yashaskama, que parecia ser uma história distante, estava, na
verdade, intrinsecamente relacionada com o ouvinte, o Bodhisattva
Maitreya. Sabe-se que Maitreya é conhecido como o “Buda do
futuro”, representando todos os Budas que viriam a existir em
períodos subsequentes até o nosso tempo. Desta forma, a história
de Yashaskama também não nos é estranha, pois nos inclui como
participantes do Dharma e discípulos diretos dessa linhagem
espiritual.
Parte
4 – Conclusão do Primeiro Capítulo
Manjushri
conclui que o premonitório, pela similitude do milagre desenvolvido
por Chandrasuryapradipa, significa a vontade de Buda em expor o Sutra
do Lótus. Exposição que contém a Essência do Dharma e que deve
ser executada com “Habilidade nos Métodos” (capítulo 2). Os
Bodhisattvas, que se encaminham para a Iluminação, são sábios que
se afastam de qualquer dúvida, qualquer incerteza e qualquer
vacilação.
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