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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Demonstração da Existência de Deus (Santo Anselmo - Argumento Ontológico)

Santo Anselmo apresenta o argumento “Ontológico”, segundo a definição que se segue:

“Aquilo do qual não se pode pensar nada maior.”
Proslógio – Capítulo II


Primeiramente, cabe-se dizer que a ideia de maior, contida na definição acima, não se vale em termos quantitativos, mas sim, fundamentando-se na ideia de qualidade, perfeição.
Segundo o filósofo cristão, compreender este conceito é atestar que Deus existe não só na inteligência (mente humana), porém também na realidade.
Diferentemente de um ser imaginário ou mitológico como um dragão, a ideia presente no argumento de Anselmo converge para um conceito unívoco: “aquilo do qual não se pode pensar nada maior”. Mesmo o mais cético, segundo o filósofo cristão, sentiria-se compelido a concordar que, se Deus existisse, seria “aquilo do qual não se pode pensar nada maior” e que tal formulação é compreensível e encontra-se em sua inteligência. O insipiente, contudo, poderia afirmar que a formulação, mesmo assentida em sua mente, não é suficiente para demonstrar a existência de Deus.
Entretanto, como a própria existência também é uma perfeição, aquilo que o insipiente pensa ser “aquilo do qual não se pode pensar nada maior”, não é de fato “aquilo do qual não se pode pensar nada maior”, pois esta formulação abrange todas as perfeições, inclusive a existência, o que torna ilógica a afirmação do incrédulo.
Reorganizando o “argumento ontológico” em termos matemáticos, teríamos algo como apresentado a seguir:

a) Deus existe na inteligência e não existe na Realidade;
b) Deus existe na inteligência e existe na Realidade.

a) e b) seriam as duas conclusões consideráveis, do crédulo e do incrédulo respectivamente. Partindo-se do pressuposto de que a existência na Realidade é uma perfeição, têm-se:

b) é mais perfeito do que a), portanto, a) não é “aquilo do qual não se pode pensar nada maior”, ou seja, não é aquilo de que não se pode pensar nada mais perfeito, inclusive, na mente do insipiente.

Enfim, para Santo Anselmo, é impossível pensar Deus como não existente. Na negação o insipiente não há compreensão exata da essência de Deus; pois o filósofo defende que para o ateu, Deus ou fora entendido de maneira insuficiente ou como apenas uma palavra sem significado.

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