"Na grande jornada da vida, não encontrando quem lhe seja superior ou igual, que resolutamente prossiga solitário. No Caminho não há sociedade com insensatos."
Isso não significa que somos especiais e que devemos abandonar as pessoas "inferiores" ao destino; pelo contrário, todos estamos inclusos no mundo da mesma forma e devemos nos ajudar na medida do possível, um dos pilares do budismo é a compaixão, inclusive.
A orientação do Sutra tem o sentido de evitar conviver e seguir o exemplo das pessoas que operam (meras repetidoras de padrões e tradições) e procurar espelhar-se naqueles que agem. Estes podem gerar causas e condições para que progridamos e deixemos de renascer nos 6 mundos inferiores, assim, é possível transcender e abandonar as falsas concepções de felicidade existentes.
Aqueles que somente operam vivem na ignorância, são supersticiosos, pensam existir universos espirituais paralelos e além vida, são egoístas e não conhecem as verdadeiras relações causais; estes sim acreditam ser especiais por "possuir" alma eterna, por crerem que há um deus pessoal, que nos protege, nos ouve, satisfaz desejos, etc.
Sakyamuni, na famosa parábola da mostarda, descreve uma mulher que teve que aceitar a morte do filho, demonstrando que a realidade não faz ninguém especial, ou seja, a morte de entes queridos ronda a todos, não escolhe, tampouco é refreada por algum ser místico em algum universo metafísico. A finitude apresenta-se como uma possibilidade real a todos - o luto não é tragédia pessoal, mas uma característica da condição humana.
Finalmente, gostaria de enfatizar que o Budismo é práxis, mãos que agem são superiores a mãos que rezam. Nosso objetivo é agir em prol da extinção do sofrimento presente em si e nos demais seres. Enfim, não há mal nenhum em considerar-se moralmente superior se você cultivar as virtudes budistas como sabedoria, compaixão, concentração, entre outras paramitas e preceitos, e as praticar. Esta práxis é um voto de coragem, é o voto do bodisatva e não é para todos.
EXCELENTE, FEZ-ME LEMBRAR DOS MEUS TEMPOS DE SEMINÁRIO, ONDE A MÁXIMA BENEDITINA QUE SE LIA NA FACHADA DO MOSTEIRO ERA "ORA ET LABORA" ORAR E TRABALHAR...Parabéns _/|\_
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