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terça-feira, 3 de novembro de 2015

Sutra do Lótus - Resumo capítulo por capítulo - Cap 08, 09 e 10



Capítulo 8 – O pré-anúncio de Sua Iluminação feito por Buda a Quinhentos Monges

Parte 1 – Buda faz o pré-anúncio ao Venerável Purna e a Quinhentos Monges

Essa sessão começa com uma reflexão do Venerável Purna, filho de Maitrayani, que após a parábola do capítulo anterior, declara admirar a forma com que o Buda, conhecedor da mente dos homens, aborda os seres e os conduz à Iluminação através dos Meios Hábeis.
Buda então elogia Purna pela sua conduta virtuosa e preanuncia sua Iluminação, dizendo que este será o Tathagata Dharmaprabhasa e conduzirá muitos seres ao aperfeiçoamento espiritual.
Buda ainda anuncia a Iluminação de Kaundinya, que será o Tathagata Samantaprabhasa (Esplendor Universal) e a mais outros quinhentos Grandes Discípulos que serão conhecidos também pelo mesmo nome.

Parte 2 – A parábola do homem que, submerso na pobreza, desconhecia que tinha uma joia valiosa

“Certa vez, um homem entrou na casa de um amigo e esse amigo, enquanto ele estava descuidado ou dormindo, amarrou na franja de sua vestimenta uma joia de valor incalculável feita de pedras preciosas, pensando: 'Que esta joia feita de pedras preciosas seja para ele!' Então, aquele homem, levantando-se de seu assento partiu. E ele chegou a outra região do país. Ali teve dificuldades, encontrou dificuldades na busca de comida e vestimenta e com grande esforço de alguma maneira conseguia algum alimento e com ele estava satisfeito, contente, feliz.
Então, o antigo amigo desse homem, que havia atado aquela joia de valor inestimável feita de pedras preciosas na franja de sua vestimenta, voltou a vê-lo e lhe disse o seguinte: 'Por que tu, ó amigo, encontras dificuldades na busca de comida e vestimenta, quando eu, ó amigo, para que vivesses feliz, amarrei na franja de sua vestimenta uma joia de valor inestimável feita de pedras preciosas capaz de favorecer todos os seus desejos? Ó amigo, dei-te aquela joia minha feita de pedras preciosas. Eu a amarrei, ó amigo, aquela joia feita de pedras preciosas na franja de tua vestimenta. E tu na verdade não refletiste, ó amigo: "Que coisas amarraram na minha roupa?" ou "Quem amarrou isso?" ou "Qual é a causa ou por que razão amarraram isso? Ó amigo, és um néscio tu que, buscando dificultosamente comida e vestimenta, ficaste satisfeito. Vai, ó amigo, para a grande cidade levando essa joia feita de pedras preciosas e, lá chegando, troca-a por dinheiro. E com esse dinheiro faze todas as coisas que podem ser feitas com ele'.”
Sutra do Lótus capítulo 8  (K210-K211)

O texto usa de metáfora para reiterar uma verdade suprema: a Natureza Búdica que, mesmo presente nas pessoas, raramente é percebida devido às delusões. Esta natureza nada mais é do que a própria Iluminação latente, a verdadeira natureza da realidade. O homem, iludido, considerava-se feliz ao comer migalhas e se vestir com trapos, simbolizando aqueles que acreditam que o Nirvana se encontra nos Veículos Inferiores, porém, o amigo deste homem, que representa o Buda, diz existir algo superior àquele conhecimento limitado, a joia da Suprema Perfeita Iluminação, que uma vez encontrada, transforma uma vida de miséria em fartura.

Capítulo 9 – O pré-anúncio da Iluminação de Ananda, Rahula e outros dois mil Bhikshus

Os Veneráveis Ananda e Rahula também expressam seu desejo de receber o pré-anúncio de Iluminação, juntamente com mais de dois mil monges. Buda, então, inicia os pré-anúncios, primeiramente com Ananda, afirmando que este será o Tathagata Sagaravaradharabuddhivikriditabhijna, que significa “O que tem o Poder Extraordinário facilmente manejado por sua inteligência que é profunda como o oceano”. Buda explica que Ananda chegará a esta condição porque é dedicado a aprender muito e por manter conduta virtuosa. Ao ouvir estas palavras, o discípulo expressa bastante alegria.
Em seguida, Shakyamuni também anuncia a Suprema e Perfeita Iluminação a Rahula, que, por ser dotado de virtudes, se tornará o Tathagata Saptaratnapadmavikrantagamin, que significa “O que caminha vitoriosamente sobre lótus feitos de sete pedras preciosas”. Este Tathagata será considerado o “filho mais velho” de  Sagaravaradharabuddhivikriditabhijna.
Finalmente, o anúncio da Suprema e Perfeita Iluminação também é realizado aos dois mil Shravakas, que contemplavam o Bhagavant com uma mente serena e concentrada. Cada um deles terá seu próprio “Mundo de Buda” e serão responsáveis por angariar muitos discípulos. Estes monges, ao receberem o anúncio da Iluminação, assim como Rahula, muito se regozijaram.


Capítulo 10 – Os Pregadores do Dharma

Parte 1 – Iluminação anunciada a todos aqueles que venerarem o Sutra do Lótus

Os capítulos anteriores partiram de pré-anúncios individuais até que se alcançou a “promessa” aos dois mil monges. Neste capítulo, a Suprema e Perfeita Iluminação é ainda mais abrangente, sendo anunciada a todo aquele que venerar e prestar culto ao Sutra do Lótus. O texto sugere que o Sutra seja homenageado com incensos, flores, perfumes, músicas, etc.

Parte 2 – Respeito devido aos Pregadores do Dharma e os Efeitos do Culto ao Sutra do Lótus

Nesta parte, Buda alerta que todos aqueles que respeitam, defendem e ajudam a difundir o Dharma devem ser homenageados. Inclusive, ofender um Pregador do Dharma é uma falta mais grave do que ofender ao próprio Buda. Força interior, força proveniente das raízes meritórias e a força do Voto, além da proteção dos Tathagatas, são os benefícios concedidos aos Divulgadores do Sutra do Lótus. Não se devem entender tais benefícios como se fossem bênçãos místicas de alguma divindade, mas simplesmente bons frutos dos karmas produzidos pelos próprios Pregadores.

Parte 3 – A parábola do homem que procura água

Um homem que desejava água, sem outra opção, começou a cavar em um lugar deserto. Enquanto a terra ainda estava esbranquiçada, pensava estar longe de encontrar a substância, continuando, assim, a cavar.  Entretanto, quando no fundo do buraco começava a aparecer o lodo e a umidade, sabia que a água estava próxima. Da mesma forma age o Bodhisattva; por mais difícil e árido que seja o processo da Suprema e Perfeita Iluminação, este não se contenta em ficar na superficialidade da doutrina, preferindo se aprofundar na reflexão e no Conhecimento desta. Se desiste logo no começo, nunca perceberá a Essência do Dharma.

Parte 4 – Qualidades morais dos Bodhisatvas

O Bodhisattva deve reunir as seguintes características: benevolência, paciência, suavidade, compreensão da Vacuidade, mente não deprimida, dedicação aos estudos, eloquência, Sabedoria e resistência às críticas. O discípulo que assim procede “recebe do Buda” todo o suporte para que sua Sangha prospere.

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