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sábado, 24 de outubro de 2015

Introdução aos Ensinamentos de Sidarta Gautama, o Buda (1)



Os ensinamentos de Sidarta se constituem em uma filosofia ética e em uma psicologia de auto-conhecimento e auto-realização. 

Sidarta nasceu na Índia. Estamos acostumados a ver imagens dele com feições mongólicas devido à sua grande difusão na China e no Japão. A imagem mais conhecida é a de um Buda obeso e sorridente. Este não é Sidarta Gautama. Chamam-no de Maytréia e veio da tradição chinesa. O Buda Amitaba, também com feição mongol, ganhou seu culto no Japão.

A palavra Buda, significando "o Iluminado", expressa literal­mente "aquele que atingiu a Completa Compreensão"; vem da pa­lavra Bodhi, que em páli quer dizer "Suprema Compreensão, Ilumi­nação"; o termo budismo, pelo qual ficaram sendo conhecidos todos os seus ensinamentos, significa Caminho da Correta Compreensão. Daí o budismo, que é orientado no sentido da Correta Compreensão, torna­-se filosofia viva, que pertence aos que procuram as verdades reais, sendo por isso adaptável a todos, em qualquer época, sem dis­tinção de raça, religião ou credo. Tais ensinamentos, de uma forma ou de outra, fazem parte integrante da espiritualidade e da essência de todas as religiões, pois só existe uma Verdade - como todas as águas refletem a mesma lua.

O termo budismo, com o decorrer do tempo e a inclusão de rituais e outras formas externas, tornou-se um rótulo de aparência sectária, como todo rótulo religioso. Buda e budismo tornaram-se, assim, termos convencionais; contudo, os budistas preferem a deno­minação da Doutrina do Buda. A Doutrina do Buda não determina uma fé ou credo, mas um "venha e veja" - e não, "venha e creia"; é uma filosofia viva cujos ensinamentos não foram ultrapassados pela Ciência ou Psicologia Modernas.

No budismo você encontra os questionamentos aos que procuram o sentido da vida, aos vários problemas psicológicos e sociais, espirituais ou místicos dos nossos dias; ele não é baseado em teorias e especulações. As Quatro Nobres Verdades, [...] ensinadas por Buda, são um caminho de libertação ao sofrimento da existência, aqui mesmo nesta vida.

Os ensinamentos de Sidarta são caracteristicamente um conjunto lógico, matemático e adogmático, que faz do auto-conhecimento a pedra angular do auto-aperfeiçoamento e o primeiro passo para se chegar à sabedoria.

Ao longo de toda a sua existência, Sidarta Gautama, o Buda, sempre fez questão de ressaltar sua natureza humana, não se atribuindo nenhuma inspiração divina ou algum poder sobrenatural. No budismo não existe um Deus. Sidarta atribuiu sua Iluminação somente ao esforço próprio, paciência e inteligência, estritamente humanas. En­controu e indicou o Caminho que conduz à libertação, ou Nirvana, e provou que todo ser humano possui em si a possibilidade de alcançar tal estado. Ensinava e encorajava no sentido de conseguirem sua própria libertação, ou emancipação. [...]

Segundo o budismo, é o homem quem traça a rota do seu pró­prio destino. Assim, Sidarta exortava seus discípulos a que eles mesmos fossem seus próprios refúgios, ou ajudas. Estimulava em cada um o auto-desenvolvimento porque, mediante seu próprio esforço e dedicação, o homem tem em suas mãos o poder de libertar-se da escravidão, da ignorância e do sofrimento. 

O budismo ensina o homem a ser seu próprio Mestre, a libertar­-se dos condicionamentos, dentre os quais principalmente os precon­ceitos, a não permanecer dependente de culturas ou análises intelectuais, como também a não se apegar a nenhum instante passado, nem a nada ainda não acontecido, a viver integralmente o presente e a reco­nhecer o mundo e a si próprio tais como são.

Texto de Adalberto Tripicchio

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