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domingo, 9 de março de 2014

Um Passado Esquecido

por Marcelo Prati (Renji)

Um amigo esteve por um ano no Japão a estudos (precisamente sobre Budismo) e pôde ver pessoalmente e bem de perto a que ponto chegou o Budismo japonês. Um dia enquanto conversávamos, ele comentou que estava assistindo a um vídeo contendo o relato de uma moça vegetariana que passou um tempo na Coréia.

Ela conta da dificuldade que tinha nos primeiros dias, para se expressar na língua local e pedir seus alimentos vegetarianos. A entrevistadora comenta que o há poucos anos atrás o vegetarianismo não era tão popular no país. Isso causava uma certa estranheza e a pergunta imediata que faziam para ela era: "Você é budista?" Veja no vídeo abaixo (em inglês). Começa em 2:40.

Enquanto isso, em sua própria experiência no Japão - um país que quase todo mundo automaticamente toma como referência quando se fala do assunto, embora a religião tenha surgido na Índia cerca de 600 anos antes de Cristo - quando dizia aos amigos que era vegetariano, em parte por ser budista, a resposta que chegou a ouvir foi: "Ah, mas os monges comem carne!..."

As fotos que seguem não são dele, contudo, mostram que ainda há marcas de um passado esquecido. De algo distante, uma sombra, um som que, embora muito, muito baixo, ainda ecoa. E aqueles que estão de ouvidos atentos certamente vão escutar.

Kannon-ji, em Fukuoka
Essas imagens são de um Kannon-ji, em Fukuoka, no sul do Japão. Belo e com séculos de idade. Ele sustenta, além de seus altares, uma antiga peça de pedra muito curiosa em uma de suas entradas e ela que faz a gente pensar um pouco.

Placa de pedra na entrada do Kannonji.
Provavelmente uma peça única que
eventualmente veio a se partir.





Na placa de rocha está gravado: 不許葷酒肉入境
Ou seja, "É Proibida a Entrada de Carne e Bebidas Alcoólicas."

Assim eu me encerro. Que a gente reflita bastante sobre essa imagem e sobre quantas lições a gente pode tirar dela. Um aviso antigo, hoje partido. Porém gravado sobre a rocha e ainda de pé na porta de entrada do caminho.

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