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domingo, 9 de junho de 2013

Respondendo o argumento do Leão


Vivo sendo questionado sobre minha opção vegetariana. O argumento mais usado é o exemplo do leão que devora "sem dó" a zebra, como se a natureza demonstrasse ser comum consumir carne. Eis minha resposta:

Para o leão, comer a zebra é essencial para a sobrevivência da espécie dele, ou seja, ele não tem escolha, além de que a caça é de sua natureza. À zebra, ao contrário dos animais de abate para os humanos, não é restringida a vida em sociedade e ela tem, ao menos, o direito de se refugiar do predador, direito não concedido ao confinamento cruel e covarde dos abatedouros.

Em suma, não participamos da mesma cadeia alimentar natural da que o leão participa, ao menos em um ponto de vista ético. Assim, poderíamos classificar os procedimentos de abate como artificiais e cruéis em comparação à caça de predadores.

Outro ponto de vista interessante é o de que o sistema caçador/presa natural geralmente mantém o equilíbrio ambiental, ao contrário dos efeitos da pecuária. Há estudos que mostram que há mais de 1 boi por pessoa no Brasil; um indício de que o consumo de carne para os humanos não tem nada de natural. Obviamente, esta super população de gado no país existe devido ao comércio deste tipo de animal.

Falando em comércio, infelizmente os malefícios deste mercado não são divulgados pelos principais meios de comunicação, por envolver MUITO DINHEIRO. Estas consequências não se limitam ao prejuízo ambiental (a pecuária é o setor que mais polui no mundo), mas também aos diversos tipos de danos à saúde do próprio ser humano; desde o aumento das taxas de doenças ligadas ao colesterol, à dessensibilização das pessoas perante a morte.

Enfim, não somos mais caçadores, somos coletores e, não vamos morrer de fome se deixarmos de consumir os animais. Temos inteligência o suficiente para nos alimentarmos de modo adequado e, ao mesmo tempo, levarmos o menor sofrimento possível aos demais seres. Mas esta tarefa requer auto-controle (não viver escravo dos sentidos), ética e, acima de tudo, compaixão.

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