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sábado, 26 de janeiro de 2013

Sendo Vegan há 4 meses




Em 2010, após uns 10 anos dando desculpas a mim mesmo, parei com as carnes, exceto o peixe, que comia muito raramente. Após um tempo tornei-me ovo-lacto-vegetariano. A novidade é que há 4 meses tenho tentado seguir a dieta vegan. 

A razão de ter mudado a minha dieta tantas vezes foi pela compaixão cada vez mais forte aos animais. Tenho me sentido muito bem, tanto fisicamente quanto espiritualmente pela decisão, acredito que me tornei mais sensível ao sofrimento de todos os seres sencientes.

Tenho aprendido muito lendo os ingredientes dos produtos e cozinhando para mim mesmo, uma experiência bacana. Ainda há outras lutas a se empenhar, como os abusos do uso animal em experiências científicas e testes de produtos; tenho percebido que a minha consciência está se "iluminando".

O lado ruim da história são eles: os fanáticos. Tenho participado de alguns fóruns veganos e tem muita gente chata por lá. Uma parte dos vegans se acha o "salvador do mundo" e fica condenando todas as marcas e produtos. Grande parte se preocupa mais com o "ser politicamente correto" do que com a luta propriamente dita pelo sofrimento dos bichos.

Estes dias, estavam dizendo pra não comprar o leite de soja da Ades porque a Unilever (fabricante) faz testes, em outros setores, em animais. Não concordei, porque ao invés de louvarem a iniciativa da Ades de lançar um leite sem NADA de derivados, levantaram a ideia de boicote à empresa.

Ora, se todo mundo comprasse estes "produtos limpos" deles, eles investiriam mais no consumidor vegan. Não podemos nos iludir, é impossível achar uma empresa 100% ética; a gente compra um biscoito vegan da Yoki, por exemplo, mas a mesma marca vende outros petiscos com calabresa, leite, entre outros derivados. A gente dá dinheiro ao mercado que comercializa carne, usamos remédios que são testados em animais, etc. Sem contar ainda com a exploração de funcionários. Não dá pra ser hipócrita, a luta pelo fim do sofrimento é honrosa, mas ela não pode ser chata, nem moralista. A ideia não é defender o paladar vegan e sim levar a luz da consciência às pessoas. Se criassem uma carne que não levasse seres à morte (e já estão fazendo, clique aqui para saber), eu não comeria, mas apoiaria a inovação, pois como disse, nossa meta é acabar com a dor dos seres sencientes em primeiro lugar e não levantar bandeiras de opções de paladar. Não se pode perder este foco.

Muita gente só quer dormir com a consciência tranquila, não quer tomar atitudes que realmente melhorem a situação dos animais e do meio ambiente. Numa analogia com a educação, seria não só educar o seu filho, mas também lutar por um sistema de educação melhor.

Portanto, o objetivo não é só evitar o sofrimento que geramos, mas sim conscientizar outros, mas de forma coerente, para que também minimizem o sofrimento. Caso contrário, ser vegan será cada vez mais um grupo fechado e antipático, além de infrutífero.

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