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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Hakuin e o Sistema Koan

Hakuin Ekaku

Hakuin Ekaku (Japão: 1686 - 1768) da escola Rinzai, foi um dos mestres que mais influenciou o budismo Zen japonês. Sua principal contribuição foi a revitalização da prática moderna dos koans.

Os koans são perguntas extraídas de registros antigos ou criadas pelos mestres modernos e empregadas para favorecer a concentração da mente. Eles também são usados para testar a compreensão dos estudantes. Assim, espera-se que o estudante se debata com uma pergunta específica, por exemplo, imaginar um mundo sem os conceitos de bem e mal ou se auto indagar com questões fundamentais da existência. Para este fim, é necessário usar a mente por inteiro, a pergunta deve acompanhar o estudante em todas as suas atividades, quer sentado em meditação, andando ou envolvido em trabalho. Após se chegar a alguma conclusão, o aprendiz deve se consultar com seu mestre, apresentando sua compreensão. Essa resposta é, por sua vez, avaliada pelo mestre em geral com um curto comentário, um grunhido ou algum outro meio.

O koan é portanto empregado como uma forma específica de ferramenta de comunicação que se aproxima muito estreitamente da expressão de estados pré-reflexivos da mente. Pode ser comparado a uma tela sobre a qual os estudantes projetam sua compreensão. O mestre, por sua vez, olha para a tela e pode avaliar a profundidade com que o estudante se absorve na meditação.

Fazer o salto decisivo para a solução de um koan é um ato que só pode ser realizado pelo praticante, mas a espécie peculiar de diálogo que acompanha a prática pode ser concebida como um dispositivo educacional sutil. Esse tipo de pedagogia se caracteriza por uma ênfase na tradição oral, mesmo sendo os escritos clássicos altamente valorizados e seu estudo, estimulado. Além disso, o aspecto formal da prática do koan pode ser descrito de forma antropomórfica como uma espécie de "rito de passagem".

Hakuin buscava revitalizar uma prática de koan que pudesse escapar à armadilha de se tornar um mero jogo intelectual. Para isso, fundamentando-se em alguns mestres chineses, sugestionava um estilo de prática vigorosa (cultivo ativo). Ou seja, que o trabalho meditativo fosse contínuo, mesmo em meio a tribulações e atividades do cotidiano. Hakuin acreditava que os efeitos do koan em tais circunstâncias eram infinitamente superiores aos efeitos do koan praticado em repouso. O método sugerido também era uma forma de abarcar tanto o universo monástico quanto o leigo.

Fonte: A Espiritualidade Budista 2.

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