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terça-feira, 18 de setembro de 2012

O Vazio segundo o Sutra do Lótus


A conexão com o pensamento do "vazio" está implícita em todo o Sutra do Lótus e às vezes é claramente manifesta. Assim, um homem cego que recebeu novamente sua visão é um modelo da pessoa que está livre da cadeia cármica de renascimentos, mas ainda deve prosseguir, a fim de "alcançar todos os darmas". Isso significa que "ele vê o mundo (...) como vazio, uma ilusão forjada, uma criação fictícia, um sonho, uma miragem, um eco. Ele vê todos os darmas como não-originados, não-suprimidos, não-contidos, não-incontidos, não-escuros, não-luminosos".



Assim ele está liberto da polaridade entre o nascimento cármico e a extinção cármica. (...). A "sabedoria" assim concebida é um dos temas fundamentais [do Sutra do Lótus] percorrendo toda a espiritualidade Mahayana e é a mais alta das seis "perfeições" que devem ser cultivadas por um aspirante a bodisatva. O significado dessa "sabedoria" é, no entanto, muito preciso. Não se trata de uma sabedoria moralizante nem de uma genética sabedoria de vida. Ao contrário, essa sabedoria significa uma visão da natureza verdadeira dos elementos ou fatores de experiência (darmas), a percepção de que estes fatores são "vazios" de significado metafísico substancial ou, na expressão do Sutra do Coração, que eles são vazios de "ser próprio".

Trecho do livro: Espiritualidade Budista 1

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