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domingo, 19 de janeiro de 2014

Paraíso Delirante


A perigosa crença de que há vida após a morte leva o fiel a enxergar esta realidade apenas como algo provisório e degenerado. Por exemplo, a pessoa vê o mar e acha que aquela é uma versão corrompida de algo que está perfeito no céu e, desta forma, acaba não admirando a beleza real do mar; esta visão distorcida de mundo acaba atuando como um empecilho para o generoso SIM que esta "única" vida mereceria.

Assim, toda beleza do mundo se transforma em algo decaído e triste que o religioso deve suportar enquanto "espera a felicidade do céu". Julgando haver algo mais sublime que esta existência, termina por jogar fora a "única" oportunidade que tem de se viver em liberdade, com discernimento e feliz.

Duvido que o catolicismo e o protestantismo representem de fato a mensagem original de Cristo. Nietzsche costumava dizer que o único cristão verdadeiro foi aquele que morreu na cruz. Penso que a mensagem de Cristo era bem diferente da que lemos na bíblia, principalmente nos escritos de Paulo. Jesus enquanto ser ético, moral e de compaixão; que evidenciava uma vida intensa foi deixado de lado pela teologia de Paulo, trocado por um Jesus coitado, divinizado, distante da real natureza humana; que incita o NÃO para esta vida em prol de um paraíso delirante.


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