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sábado, 14 de dezembro de 2013

O Natal e o Paganismo


Tenho afirmado, através de diversos textos e palestras, que a cultura judaico-cristã é um pensamento alienígena dentro da Europa.
Apesar de quase dois milênios de cristianismo oficializado, ainda restam elementos, dentro do próprio cristianismo inclusive, da ideologia religiosa original dos caucasianos.

Os cristãos realizam atos baseados na cultura não-cristã original e crêem que estão fazendo algo mui "cristão". A Igreja Católica Romana é uma estrutura pagã preenchida com "recheio ideológico" semita. A Igreja Ortodoxa é a estrutura romana oriental (Constantinopla era a capital do Império Romano do Oriente) recheada com doutrinas misturadas, meio-semitas e meio-platônicas (apesar de que, ultimamente, quase nada de platônico sobrou no discurso, apenas nos atos e nas tradições).

Imagem da prática conhecida como Gomá em comemoração ao Solstício 

Nas universidades, mormente naquelas influenciadas pelo cristianismo de forma mais aguda, se fala o tempo todo da pretensa "oposição" entre o pensamento oriental e o pensamento ocidental. O Budismo, nesse contexto, é visto como algo "estranho" e "distante", enquanto o cristianismo é visto como algo "nosso", próprio do euro-descendente.

Na verdade, o "estranho" e "distante" para a mentalidade caucasiana é o pensamento semita, com sua submissão e dependência da vontade de um ente exterior que a tudo e a todos controla e avalia.
O Budismo, ramo saído do imenso tronco ideológico ariano, é muitíssimo mais próximo do pensamento dos antigos gregos, romanos e celtas do que o cristianismo, que é fruto da ideologia semita.
Estamos nos aproximando do solstício de inverno (do hemisfério Norte), quando os antigos celebravam o caminho ascendente da LUZ, representada por Mitra.

No Budismo, duas figuras são relacionadas à Luz: Mahavairocana e Amitabha.
Poderíamos, com grande tranquilidade, emparelhar esses dois Budas aos deuses solares Mitra, Surya e os Adityas.
Nas comemorações solsticiais se realizava um banquete. Daí a tal "ceia de Natal".

O banquete ritual é quase universal. Muitas vezes constitui-se de oferendas previamente consagradas: é o caso dos banquetes do xintoísmo.
As antigas crônicas tibetanas falam dos banquetes do guru Marpa. No taoísmo antigo, era igualmente freqüente. No ritual hindu, o ato de absorção da bebida comunial pelo sacrificador chama-se beber o Soma no banquete dos deuses, que é a evidente expressão de uma participação na beatitude supraterrestre. Comer o sacrifício é Formula corrente na China Antiga onde corresponde a um festim que se realizava no Templo dos Ancestrais. No Cheking são narrados os cantos que os acompanhavam; o Tso-tchuan especifica que o festim deve servir para fazer com que a virtude se manifeste. Também é um rito de aliança e, provavelmente, de enfeudação.


De modo geral, é um símbolo de participação numa sociedade, num projeto, numa festa.
Na Irlanda, a única cerimônia desse gênero que se conhece é o banquete por ocasião da data festiva de Samain (primeiro de novembro). Realizava-se na capital real, Tara, ou, segundo alguns textos épicos, na capital do Ulster, Emain Macha. Em todo caso, o princípio é o mesmo: participação obrigatória e o agrupamento de todos os vassalos em torno do rei. 

No hemisfério sul, o solstício de inverno ocorre a 21 de junho. 
No hemisfério Norte, o solstício é, aproximadamente, dia 25 de dezembro. 
O solstício de inverno abre a fase ascendente do ciclo anual e o de verão abre a fase descendente. Daí o simbolismo Greco-latino das portas solsticiais representadas pelas duas faces do deus Jano.

A porta hibernal (Solstício de Inverno) introduz a fase luminosa do ciclo, ou seja, a fase em que o sol, paulatinamente, se mostra por mais tempo no ano. Já a porta estival (solstício de Verão), introduz o obscurecimento gradativo, a fase em que o sol vai, gradativamente, se mostrando por menos tempo.
Em várias culturas da antiguidade o solstício de inverno estava ligado ao nascimento do sol. Daí a escolha de 25 de dezembro para a comemoração do nascimento do Sol Invencível Mithra que, posteriormente, se transformou na data do natal cristão. Com efeito, no cristianismo, Cristo é muitas vezes representado como o Sol.

Os budistas , especialmente os ocidentais, deveriam se dar conta que não têm NADA A VER com o natal cristão.
Essa conversinha mole de que "Jesus era um Buda" ou aquelas famigeradas comparações dizendo que Jesus e Buda pregavam a mesma coisa ou que seriam "amigos celestes" não encontra nenhum respaldo na realidade das doutrinas (nem na budista, nem na cristã).

Se queremos lembrar de algo nesse 25 de dezembro, devemos nos lembrar do simbolismo do solstício e da ascensão do ciclo da luz, representada no panteão budista por Mahavairocana e Amitabha.
Querem fazer ceia? Façam, mas em homenagem à Porta Hibernal e à ascensão da Luz!

Autor: Mestre Dharmananda - Arcebispo da THIRB

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