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quarta-feira, 6 de março de 2013

Porque eu medito...

Todos os dias, ao chegar em casa após realização das minhas atividades, sento-me na posição de lótus, acendo velas e incenso, recito sutras, leio e medito por vários minutos, fixando os olhos no meu altar.


Ler é uma forma de conhecimento, assim como também o é a meditação. A visualização de ícones budistas, o aroma do incenso e até o som do sino são maneiras de se interiorizar preceitos e ensinamentos, porém para isso é necessário se concentrar no simbolismo intrínseco de todo o ritual.

Medito muito sobre a transitoriedade dos fenômenos, de como ingenuamente supervalorizava a importância da raça humana e de seu papel no universo. Mantenho-me preparado para o envelhecimento e a morte, não só o meu envelhecimento ou morte propriamente ditos, porém também o de pessoas queridas e das fases da vida.

Também procuro refletir sobre o apego, ou seja, a tendência em se crer que a "felicidade" está em alguma realização vindoura ou em se manter um status quo qualquer. Foco ainda na sabedoria, tolerância, moralidade, ética, atenção plena, compaixão...

Sabedoria, porque pretendo agir com discernimento e lucidez diante das situações;
Tolerância, para que suporte opiniões divergentes, mesmo que estas sejam totalmente desprovidas de argumentos coerentes;
Moralidade, para que não me torne escravo dos meus desejos;
Ética, porque não estou sozinho e nem sou o centro do mundo;
Atenção Plena, para que evite situações incômodas e para aproveitar melhor o tempo;
Compaixão, para que me coloque no lugar de todos os seres e evite fazê-los sofrer.

Enfim, a meditação e a leitura são para mim ferramentas que me "mantém nos trilhos". Não realizo esta prática por obrigação, tampouco por tradição. É a Iluminação que me motiva e a Iluminação nada mais é do que colocar-se no controle da mente e fortificar-se diante das ilusões e dos falsos valores defendidos pelo senso comum.

É um objetivo humano e não místico, é a busca pela nobreza de comportamento.

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