O Budismo tem como uma de suas doutrinas centrais a impermanência (anitya/anicca), ou seja, não existe uma personalidade permanente que subsista após a dissolução dos agregados.
O Budismo é chamado em alguns de seus registros mais antigos de “pudgala-anatma-vada”, ou seja, “veículo da personalidade não essencial”.
Uma vez extintas as causas e condições que mantém os agregados unidos, a ‘personalidade’ (pudgala) desaparece completamente. Em outras palavras, não há “falecidos” no além túmulo a aguardar nossas “orações” ou a se beneficiar delas.
O sentido dos serviços memoriais executados nos templos budistas é o de fazer com que as pessoas reflitam sobre a realidade da morte e que demonstrem gratidão por seus antepassados ou entes queridos. Não tem nenhuma relação com “orar pelos espíritos”, uma vez que os “espíritos” inexistem no Budismo.
Tais serviços memoriais não tiveram origem na Índia, mas sim na China, fortemente influenciados pela ética confucionista. Os dados históricos mais confiáveis indicam que o primeiro serviço memorial budista foi realizado na China, no ano de 538 da Era Comum, 476 anos depois da introdução do Budismo naquele país.
O chamado “Sutra da Cerimônia dos Falecidos” foi escrito na China, não na Índia e mais, é praticamente uma coletânea de valores confucionistas com um formato budista.
Autor: Mestre Dharmananda
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